"E José beijou a todos os seus irmãos, chorando sobre ele;" (Gn 45.15)
Há algum tempo atrás li a história de um rapaz que se rebelou contra seus pais no início da sua adolescência. Saiu de casa, ofendeu e magoou profundamente aqueles que mais o amavam.
Passaram-se anos sem que seus pais recebessem qualquer notícia daquele filho. "Talvez tenha morrido", pensaram.
Muito tempo depois, o pai recebe uma carta. Para sua surpresa o remetente era seu filho. Num misto de sentimentos leu atentamente aquela carta que dizia: "Pai e Mãe, hoje tenho consciência do quanto magoei vocês. Preciso do seu perdão. Preciso voltar para casa. Se vocês ainda acharam que posso voltar, peço apenas uma coisa: pendurem uma toalha branca no quintal. Quando o trem passar, saberei a resposta."
O trem se aproximava da cidade, e o jovem sabia que poderia avistar da janela do vagão a toalha. Ele dizia em seu coração: "Se não houver toalha branca no quintal, nem descerei do trem. Saberei que não tenho mais lugar na casa dos meus pais". Ele avistou a casa... Com os olhos marejados e um choro que não queria se conter, ele pôde contemplar uma cena jamais vista. No quintal da casa não havia uma toalha... havia, sim, inúmeros lençóis por todos os lados: nas janelas, nas árvores, no telhado, e na varanda... seus pais acenando intensamente um grande pedaço de tecido branco.
Desceu do trem, e correndo abraçou-os em meio àquela profunda emoção. Ele ainda pôde ouvir amorosamente seu pai falar: "Filho, todos os dias esperávamos a sua volta".