domingo, 10 de junho de 2012

LÁGRIMAS DO PASTOR

“Lembro-me das suas lágrimas…” (2Tm 1.4)

Por ocasião de mais um Dia do Pastor, compartilho o resumo de uma meditação feita pelo pr. Nelson Nunes de Lima em um retiro de pastores em Sumaré, SP.

O profeta chorou! Foi Eliseu, o sucessor de Elias, que chorou perante Hazael, por pressentir a crueldade de seu reinado para com o povo de Deus. Sim, o profeta chorou! O registro está lá em 2 Reis 8.7-15.

A Bíblia contém inúmeros exemplos de homens e mulheres que derramaram lágrimas copiosas.

Jesus também chorou, usufruindo, destarte, das bênçãos do ministério do choro. Chorou pelo amigo Lázaro que havia falecido e chorou também pela cidade de Jerusalém, por não conhecer ela o tempo de sua visitação.

Paulo chorou ao se lembrar dos incrédulos, chegando a solicitar dos mesmos filipenses: “Irmãos, sede meus imitadores e atentai para aqueles que andam conforme o exemplo que tendes em nós; porque muitos há, dos quais repetidas vezes vos disse, e agora vos digo, ATÉ CHORANDO, que são inimigos da cruz de Cristo” (Fl 3.17-18).

Chorar é bom e necessário. Não fosse assim e Jesus não teria dedicado uma bem-aventurança especificamente a esse tema, pontificando: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”.

Indubitavelmente, há uma importantíssima faceta da vida cristã que não podemos jamais olvidar, esquecer e vimos por bem denominá-la: o ministério das lágrimas!

Lágrimas de contrição, de quebrantamento e de devoção, como as da mulher pecadora que, trazendo um vaso de alabastro com bálsamo e, estando por detrás, aos pés de Jesus, “chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas e os enxugava com os cabelos da sua cabeça e beijava-lhe os pés e ungia-os com bálsamo” (Mt 26.6-13).

Jesus apreciava sobremaneira o estar a sós, longe de tudo e de todos, para cultivar sua intimidade com o Pai. Quantas lágrimas deve ter ele derramado nesses momentos de comunhão, especialmente quando mergulhado em grandes e graves questões, como, por exemplo, quando da escolha de seus apóstolos, quando às vésperas da realização de um milagre, no Getsemani, pressentia os estertores da cruz.

Lágrimas de simpatia! Em João 11.32-35 lemos a narrativa dramática alusiva à visita de Jesus ao túmulo onde jazia Lázaro e cujo ponto culminante, antes da ressurreição do amigo, é a informação: “JESUS CHOROU” (João 11.35).

Por vezes escaparão ao pastor lágrimas de simpatia, pelo estado de abatimento deste ou daquele, como ocorreu a Eliseu, profeta de Deus, que chorou pelo simples fato de pressentir o sofrimento imposto ao povo do Senhor pelo rei Hazael.

Lágrimas de provações na vida cristã e no ministério, conforme as de Paulo, reveladas aos anciãos da Igreja de Éfeso em inspirador e tocante discurso em que ele disse: “Vós bem sabeis de que modo me tenho portado entre vós sempre, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, servindo ao Senhor com toda a humildade e com lágrimas e provações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram” (Atos 20.18-19).

Lágrimas de arrependimento como as de Pedro que, “havendo saído, chorou amargamente”. De muita coisa precisa o pastor se arrepender também e chorar amargamente, para que possa fazer jus à confiança nele depositada por Jesus, que lhe ordenou como ao mesmo Pedro: “Apascenta os meus cordeirinhos”, “Pastoreia as minhas ovelhas” e “Apascenta as minhas ovelhas” (João 21.15-17).

Lágrimas de reconciliação como em geral acontece mesmo ao cristão/pastor que preside com alegria e emoção o retorno vitorioso de uma ovelha/irmão ao rebanho, depois de algum tempo de afastamento.

Finalmente, lágrimas de pesar pelo mundo sem Cristo. Certamente que nos empolgamos e esperamos ansiosos aquele dia em que, nos tabernáculos eternos, haveremos de derramar lágrimas. Lágrimas de alegria, de gozo sem fim, por estarmos ante o trono do Cordeiro, lágrimas que nos serão enxugadas pelas meigas mãos de nosso Pai, “porque o Cordeiro que está no meio diante do trono os apascentará e os conduzirá às fontes das águas da vida e Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima” (Ap 7.17).

Agradeço a Deus pelo privilégio indizível da vocação pastoral. Louvo ao Sumo Pastor pela alegria de receber de Suas mãos um rebanho tão especial como é a Igreja Batista do Méier.

Nenhum comentário:

Leia as Atualizações no seu Reader

Pra Cumprir Teu Chamado

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails