sexta-feira, 6 de junho de 2008

Uma Igreja Grande, ou uma Grande Igreja?

“Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, (...)
porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos,
porém o Senhor olha para o coração (1Sm 16.7)

Temos a tendência de avaliarmos as pessoas e as organizações pelo que vemos. No texto acima, quando Deus ordena que Samuel unja Davi rei de Israel, ele adverte: “não se firme na aparência!”

Para nós que estamos nos preparando para as comemorações dos nossos 90 anos de organização, vale a pena algumas reflexões do que, de fato, caracteriza uma igreja segundo a avaliação que Deus faz de nós.

1) Não é o número de membros! A grandeza de uma igreja não pode ser medida pelo número de membros que ela arrola. O seu valor não está no número, mas na qualidade de seus membros. É quando há comunhão entre os membros, e o problema de um é problema de todos. É quando estão unidos em Cristo mais fortemente de que qualquer outro laço. A grande igreja é aquela em que seus membros estão preocupados com os perdidos. É a igreja tanto do “IDE”, quanto do “VINDE”. Uma grande igreja é aquela em que a adoração é fruto da comunhão diária com Deus e não apenas uns poucos e apressados momentos em que se canta alguns hinos ou cânticos. A igreja se estabelece quando os membros não perguntam “O que vou receber?”, mas sim: “o que posso fazer para cooperar?”

2) Não é o tamanho do “templo”! Uma grande igreja compreende que o lugar onde ela se reúne não é o verdadeiro templo do Senhor. O santuário onde Deus habita hoje é o seu povo. Somos nós, os crentes, o verdadeiro templo! Muitas igrejas acreditam que a suntuosidade de suas sedes retrata a beleza e a santidade do Deus-Vivo. Enganam-se! Eu creio que o lugar onde a igreja se reúne deve ser um instrumento para o culto, para o serviço e para a comunhão. No tempo do NT, quando alguém perguntava onde ficava a igreja tal, apontava-se para a casa de alguém. Na verdade, a igreja não fica em algum lugar; ela reúne-se ali! O templo somos nós. A igreja somos você e eu! O que manifesta a glória de Deus no mundo hoje é a maneira como vivemos.

3) Não é aquela que levanta grandes ofertas! O poder da igreja não está em suas posses. Não é de poder aquisitivo que a igreja precisa. É de poder espiritual. Uma grande igreja tem a visão clara, prática e fiel da mordomia – Tudo é do Senhor! A força de uma igreja é diretamente proporcional à fidelidade de seus membros, independentemente do quanto isto represente em termos de quantia financeira. Não é o muito. É o tudo! Já vi igrejas de poucos recursos darem passos gloriosos de fé diante de desafios financeiros muito maiores que elas. Por que? Porque seus membros contribuem com alegria e gratidão.

4) Não é o seu calendário! Quanto mais atividades, sentimo-nos mais atuantes. Mas não é esta toda a verdade. Uma grande igreja tem como objetivo central viver como Deus quer. Seus membros são servos que exercita os seus dons espirituais a serviço de sua comunidade espiritual e local, desenvolvendo, assim, seus ministérios pessoais. É o caráter de cada um que determina o seu valor. Quem é o povo de Deus, é bem mais importante do que o que ele faz! E para ser povo de Deus, não precisa ter agenda cheia. Precisa, sim, ter coração transbordante de uma vida cristã que contagia.

É a lógica de Deus! Nem sempre ser uma igreja grande significa ser também uma grande igreja diante de Deus. O desafio é encontrar o equilíbrio. Pois uma grande igreja virá a se tornar no curso da sua história uma igreja grande. Esse é o curso da vida: crescer!

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