O que se aprende em quinze anos de casamento? Muitos já desistiram bem antes. Há gente que se casou à mesma época, e até depois, mas que já ficou pelo caminho.
Nesse tempo, eu aprendi que SOMOS IMPERFEITOS. Há os que entram no casamento acreditando terem encontrado o “par perfeito”. Outros se acham perfeitos e irretocáveis. Eu, porém, me descubro imperfeito e incapaz a cada dia. Prefiro concordar com Kris Lundgaard: “A maioria prefere se entregar ao pecado a optar pela dolorosa obra de tomar a sua cruz e nela pregar a sua carne”.
Tamanha imperfeição me confronta com a realidade de que SOMOS DIFERENTES. Temos histórias diferentes, viemos de famílias (bem) diferentes. Temos temperamentos diferentes. Mas, como já disse Dostoiéwski em “Noites Brancas”, o coração precisa do amor. A partir de então, decidimos que nossas diferenças serviriam para que nos completássemos em amor.
Nossa decisão TORNOU-NOS INTERDEPENDENTES. Quando éramos crianças, dependíamos de nossos pais. Crescemos e tornamo-nos independentes. Casamo-nos e descobrimos que os planos só fazem sentido quando o outro está presente. Não se trata mais de infantilidade, muito menos de autonomia. Agora, somos os dois uma só carne em tudo. A caminhada só tem valor quando deixadas quatro pegadas para trás.
Por sermos interdependentes, SOMOS CÚMPLICES. Estamos juntos para vivermos intensamente acertos e erros. Sucessos e fracassos. Os recursos são compartilhados. Os ideais estabelecidos a dois. Tornamo-nos parceiros que se comunicam no olhar. Sabemos das percepções do outro sem que sejam necessárias palavras. Entreolhamo-nos e sabemos a hora e como agir.
A cumplicidade NOS FEZ RICOS. Estamos muito longe de termos um milhão. Entretanto, mesmo quando o dinheiro é escasso descobrimos que a verdadeira riqueza é ter o outro, é rirmos juntos, é termos com quem chorar. É sermos agradecidos pelo que já conquistamos por meio de provisão do Deus fiel. É ver que o pouco com alegria é o suficiente para viver.
Tamanha riqueza NOS TEM FEITO FELIZES. A felicidade que não depende do ter, muito menos das circunstâncias. A felicidade que bloqueia as portas para a infidelidade. A fidelidade que nos faz alegres. Essa é a verdadeira felicidade.
Nesses 15 anos de casado, eu aprendi que SOMOS INSISTENTES. Temos um acordo irrevogável – divórcio é expressão que está excluída do nosso vocabulário desde o primeiro desentendimento. Mesmo em meio a sérias crises, nunca cogitamos desistir. Tornamo-nos fortes.
A insistência (para mim soa melhor que persistência – é mais humano) nos tem FEITO VENCEDORES. Chegamos aos 15 anos. Vencemos mais um ano. Não é por causa dos 15. É por causa de mais um dia. A vitória do casamento também é vencer um dia após o outro. É regar o amor. É mostrar carinho. É acertar o alvo. É pedir perdão. É perdoar. É vencer!
Por último, até aqui aprendi que SOMOS APRENDIZES. Ainda há muito a ser vivido. Ainda há muito a ser conquistado. Ainda sabemos muito pouco do que é viver uma vida inteira ao lado de alguém tão diferente. Ainda há muito o que aprender sobre mim, sobre ela, sobre Deus. Aqui está onde tudo começa, por onde tudo passa, aonde tudo vai terminar. O mesmo Deus que nos uniu nos levará até o fim. Enquanto eu viver irei aprender a amar Jeanni como Cristo amou a sua igreja. Enquanto eu viver, minha vida será dela e o seu amor será por mim!
Amo você, querida Jeanni!