terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O BINÔMIO DA GLÓRIA

“... e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações,” (Rm 5.2b-3a NVI)

A dor é real. O mal é presente. O sofrimento é humano.

Porém há glória em tudo isso. Há uma perspectiva que cicatriza as feridas. Há um olhar que aquece o corpo gelado, que enxuga as lágrimas, que traz paz ao coração.

A isto eu chamaria de binômio da glória – tribulação e esperança. Paulo afirma que há glória nas duas experiências. A primeira produz a segunda. A segunda só se conhece depois de se passar pela primeira. A primeira nos lembra que somos carne e osso. A segunda nos lembra que fomos feitos para a eternidade. Assim sendo, não se excluem. Ao contrário, se completam e se fundem para formar e lapidar joias que pertencem à eternidade.

Gloriar-se na tribulação? Parece algo distante e irreal...

Henri Nouwen afirma que “a vida espiritual só pode ser real quando é vivida em meio aos sofrimentos e às alegrias do aqui e agora”. Há, portanto, uma perspectiva espiritual, com a mente de Cristo, que nos capacita a enxergar e ir além.

A verdade é que palavras eloquentes não conseguem nos conduzir em meio ao sofrimento. Precisamos de algo mais. Por isso, Paulo fala que a tribulação (sofrimento) produz experiência. Passamos da teoria para a comprovação de campo. Deixamos as cadeiras da sala de aula para encarar a vida. Vemos a fé começar a agir. Seja em nós por meio dos outros, ou nos outros por meio de nós.

A dor tem o poder de despertar a solidariedade e a generosidade. Faz parte do processo tornarmo-nos sensíveis. E faz sentido: se no sofrimento pensamos só em nós mesmos, as perspectivas desaparecem. Ao contrário, se olhamos para nossos semelhantes, o horizonte se amplia. Descobrimos que não estamos sós. Isto é experiência!

Em meio à dor, nasce a esperança. Ela desvenda um futuro. Ela revela as possibilidades. Ela não é causa. É efeito. É fruto da nossa persistência. Trata-se da teimosia virtuosa. É Deus presente enquanto sofremos tomando-nos pela mão, moldando o caráter, aperfeiçoando a visão, preparando-nos para a plenitude.

Ter esperança é confiar que Deus é mais forte que a vida e a morte. É descansar de que ele já venceu!

O choro pode durar uma noite. O céu pode estar nublado. O mar pode estar revolto. Os açoites podem ser incontáveis. As feridas, profundas. Mas Deus está no controle!

Na outra extremidade da dor está a esperança que não decepciona (Rm 5.5). Deus é a fiança da nossa alegria.

Dor é sofrimento, mas é também esperança. Um binômio difícil de conciliar-se. Pouco lógico. Às vezes, distante. Mas possível e real.

Há uma glória nisto - a glória do Pai!

“Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém.” (Rm 8.36)

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