segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sem Deus, nada posso fazer

Encontrei nos meus arquivos um texto que li há muito tempo. Na semana passada, quando o li novamente, refez-se em meu coração o toque de Deus daquele tempo. Fui inspirado pelo renovo. Mais uma vez o Senhor falou. Sua Palavra é sempre nova, mesmo quando passa o tempo e as circunstâncias são outras.

Extraído da revista “Mensagem da Cruz” e de autoria de George Foster, outro escritor que gosto de ler, as palavras serviram como bálsamo para a minha alma. Resolvi, então, compartilhar com você, que certamente passa por circunstâncias semelhantes às que também eu estou sujeito. Desejo que estas palavras escritas surtam o mesmo efeito reparador que surtiram em minha alma.

Boa leitura
!


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A experiência própria me deixa cada vez mais convicto de que nada de edificante tenho para dizer ou fazer, a menos que minha vida, palavras, pensamentos e ministério sejam fruto de uma experiência e intimidade reais com Deus. Se as atitudes que manifesto são, em toda a sua amplitude, fruto dos meus preconceitos, ressentimentos, feridas e “rixas”, perco até mesmo o discernimento e o verdadeiro sentido das Escrituras.

Como a maioria das pessoas, tenho decepções, discordâncias, feridas profundas, e pessoas com as quais tenho dificuldades de me relacionar. Já fui tratado mal (ou pelo menos julguei que tivesse sido). Não posso permitir que as lembranças de certas experiências negativas continuem vivas em minha mente e emoções, levando-me a agir de forma irada, com ressentimentos e, até mesmo, com hostilidade. Se eu extrair o meu alimento da raiz de amargura, em vez de buscá-lo na Videira Verdadeira, com certeza estarei me envenenando. E, no lugar de abençoar aos outros, estarei amaldiçoando-os. Tenho de perdoar de todo o meu coração, e continuar perdoando sempre.

A Palavra de Deus diz: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, para que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hb 12.14-15). Isso pode acontecer durante uma conversa com alguém, ou até mesmo quando eu estiver no púlpito, pregando.

Jesus Cristo deve ser a minha fonte de energia e inspiração, e minha experiência com Deus precisa ser diária. Tenho de me alimentar de Cristo, e não das minhas experiências amargas. E não é só isso: preciso também me alimentar de Cristo hoje, e não ficar buscando alimento nas experiências que tive com ele no passado. O pão velho endurece, o leite azeda, as frutas e os legumes estragam, e a carne apodrece. E conosco o processo é parecido.

Necessito do maná fresco e saudável para me alimentar e me aquietar hoje, pois preciso estar transbordando do Espírito Santo de Deus, sempre.

George Foster

sexta-feira, 13 de junho de 2008

PRECISAMOS NOVAMENTE DE HOMENS DE DEUS

Ofereço a você um texto de A. W. Tozer, na expectativa de causar o mesmo impacto que causou em mim. Ele é um dos meus escritores preferidos. Boa leitura.

A igreja, neste momento, precisa de homens, o tipo certo de homens, homens ousados. Afirma-se que necessitamos de avivamento e de um novo movimento do Espírito; Deus, sabe que precisamos de ambas as coisas. Entretanto, Ele não haverá de avivar ratinhos. Não encherá coelhos com seu Espírito Santo.A igreja suspira por homens que se consideram sacrificáveis na batalha da alma, homens que não podem ser amedrontados pelas ameaças de morte, porque já morreram para as seduções deste mundo. Tais homens estarão livres das compulsões que controlam os homens mais fracos. Não serão forçados a fazer as coisas pelo constrangimento das circunstâncias; sua única compulsão virá do íntimo e do alto.

Esse tipo de liberdade é necessária, se queremos ter novamente, em nossos púlpitos, pregadores cheios de poder, ao invés de mascotes. Esses homens livres servirão a Deus e à humanidade através de motivações elevadas demais, para serem compreendidas pelo grande número de religiosos que hoje entram e saem do santuário. Esse homens jamais tomarão decisões motivados pelo medo, não seguirão nenhum caminho impulsionados pelo desejo de agradar, não ministrarão por causa de condições financeiras, jamais realizarão qualquer ato religioso por simples costume; nem permitirão a si mesmos serem influenciados pelo amor à publicidade ou pelo desejo por boa reputação.

Muito do que a igreja faz em nossos dias, ela o faz porque tem medo de não fazê-lo. Associações de pastores atiram-se em projetos motivados apenas pelo temor de não se envolverem em tais projetos.

Sempre que o seu reconhecimento motivado pelo medo (do tipo que observa o que os outros dizem e fazem) os conduz a crer no que o mundo espera que eles façam, eles o farão na próxima segunda-feira pela manhã, com toda a espécie de zelo ostentoso e demonstração de piedade. A influência constrangedora da opinião pública é quem chama esses profetas, não a voz de Jeová.

A verdadeira igreja jamais sondou as expectativas públicas, antes de se atirar em suas iniciativas. Seus líderes ouviram da parte de Deus e avançaram totalmente independentes do apoio popular ou da falta deste apoio. Eles sabiam que era vontade de Deus e o fizeram, e o povo os seguiu (às vezes em triunfo, porém mais freqüentemente com insultos e perseguição pública); e a recompensa de tais líderes foi a satisfação de estarem certos em um mundo errado.

Outra característica do verdadeiro homem de Deus tem sido o amor. O homem livre, que aprendeu a ouvir a voz de Deus e ousou obedecê-la, sentiu o mesmo fardo moral que partiu os corações dos profetas do Antigo Testamento, esmagou a alma de nosso Senhor Jesus Cristo e arrancou abundantes lágrimas dos apóstolos.

O homem livre jamais foi um tirano religioso, nem procurou exercer senhorio sobre a herança pertencente a Deus. O medo e a falta de segurança pessoal têm levado os homens a esmagarem os seus semelhantes debaixo de seus pés. Esse tipo de homem tinha algum interesse a proteger, alguma posição a assegurar; portanto, exigiu submissão de seus seguidores como garantia de sua própria segurança. Mas o homem livre, jamais; ele nada tem a proteger, nenhuma ambição a perseguir, nenhum inimigo a temer.

Por esse motivo, ele é alguém completamente descuidado a respeito de seu prestígio entre os homens. Se o seguirem, muito bem; caso não o sigam, ele nada perde que seja querido ao seu coração; mas, quer ele seja aceito, quer seja rejeitado, continuará amando seu povo com sincera devoção. E somente a morte pode silenciar sua terna intercessão por eles.

Sim, se o cristianismo evangélico tem de permanecer vivo, precisa novamente de homens, o tipo certo de homens. Deverá repudiar os fracotes que não ousam falar o que precisa ser externado; precisa buscar, em oração e muita humildade, o surgimento de homens feitos da mesma qualidade dos profetas e dos antigos mártires. Deus ouvirá os clamores de seu povo, assim como Ele ouviu os clamores de Israel no Egito. Haverá de enviar libertação, ao enviar libertadores. É assim que Ele age entre os homens.

E, quando vierem os libertadores... serão homens de Deus, homens de coragem. Terão Deus ao seu lado, porque serão cuidadosos em permanecer ao lado dEle; serão cooperadores com Cristo e instrumentos nas mãos do Espírito Santo...

domingo, 8 de junho de 2008

PASTOR PRECISA DE PASTOR?

Num primeiro olhar, a pergunta parece ser impertinente. Afinal, não é esta perspectiva que se tem de um pastor. Ora, ovelha é ovelha e pastor é pastor. Certo? Errado! Pastor também é ovelha.

José Cássio Martins, pastor presbiteriano e psicólogo, afirma que “cada dia se torna mais claro nas denominações em geral que pastor precisa de um pastor; ele precisa ser pastoreado”.

Cresce o número de pastores com problemas espirituais, emocionais e até mesmo físicos, problemas que não ficam somente com eles, mas terminam por atingir a família, a igreja local ou instituição em que trabalham, chegando ao âmbito da denominação.

“O pastor é uma ovelha sem pastor”, afirma Martins. Estranho? Pode parecer. Mas é verdade. O pastor é um ser apenas humano, e não sobre-humano. Assim, ele tem fraquezas e limites. Comete erros, equívocos e confusões. Há falhas e imperfeições, assim como neste breve artigo, inclusive. Muitos pastores não admitem esta realidade em tempo de serem ajudados.

A idealização do pastorado é um caminho curto para a queda e para frustração. Alguém pode dizer: “o pastor está perto de Deus e assim não precisa de nada”. Isto é engano. Conquanto o pastor deva manter em dia a sua vida devocional, a tensão do ofício pode levá-lo a um distanciamento gradual e destruidor.

O pr. Cássio Martins define: “ser pastor é cuidar da pessoa como um todo, de seu consciente e inconsciente, corpo, alma, espírito, o eu interior e exterior, ou como queiram expressar. Isso tem um custo humano, pois o pastor tem de aplicar toda a personalidade, todo o potencial no desempenho das suas funções”.

E eu acrescento que tão desgastante quanto a tarefa em si mesma é a expectativa de querer ver tudo dar certo e, via de regra, quase sempre o sucesso depende da atitude de quem é pastoreado. A cobrança pela perfeição é viciante.

Na Bíblia encontramos muita gente boa esgotada: Moisés, Elias, Jeremias, e o próprio Jesus que suou gotas de sangue diante do seu fim, entre outros. Muitos a ponto de desistirem de tudo.

Martins aponta o ativismo com um perigoso vilão: “o pastor sente que tem de estar ocupado o tempo todo, sendo afastado de uma vida saudável, normal, espiritual”.

Nós pastores estamos tão sujeitos ao empobrecimento da espiritualidade quanto qualquer outro crente. O manuseio constante com a Bíblia pode tornar-se algo mecânico e frio. “A obrigação de preparar sermões e estudos pode estar ocultando o lado devocional. Assim, os problemas se avolumam”, afirma Cássio Martins.

Sim, o pastor precisa de pastor, alguém que lhe fale como Jesus falou. Ele precisa da oração de suas ovelhas, precisa de perdão, precisa de autoridade espiritual. O pastor precisa renovar-se humildemente aos pés da cruz de Cristo. E para alguns, humildade soa como antônimo de pastorado.

Continuo afirmando que nada poderia me trazer maior realização do que ser pastor. É bom amar e ser correspondido, cuidar e ser cuidado, dar e receber. Neste Dia do Pastor renovo o meu voto usando as palavras de Paulo: “Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus.” (Atos 20.24)

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Uma Igreja Grande, ou uma Grande Igreja?

“Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, (...)
porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos,
porém o Senhor olha para o coração (1Sm 16.7)

Temos a tendência de avaliarmos as pessoas e as organizações pelo que vemos. No texto acima, quando Deus ordena que Samuel unja Davi rei de Israel, ele adverte: “não se firme na aparência!”

Para nós que estamos nos preparando para as comemorações dos nossos 90 anos de organização, vale a pena algumas reflexões do que, de fato, caracteriza uma igreja segundo a avaliação que Deus faz de nós.

1) Não é o número de membros! A grandeza de uma igreja não pode ser medida pelo número de membros que ela arrola. O seu valor não está no número, mas na qualidade de seus membros. É quando há comunhão entre os membros, e o problema de um é problema de todos. É quando estão unidos em Cristo mais fortemente de que qualquer outro laço. A grande igreja é aquela em que seus membros estão preocupados com os perdidos. É a igreja tanto do “IDE”, quanto do “VINDE”. Uma grande igreja é aquela em que a adoração é fruto da comunhão diária com Deus e não apenas uns poucos e apressados momentos em que se canta alguns hinos ou cânticos. A igreja se estabelece quando os membros não perguntam “O que vou receber?”, mas sim: “o que posso fazer para cooperar?”

2) Não é o tamanho do “templo”! Uma grande igreja compreende que o lugar onde ela se reúne não é o verdadeiro templo do Senhor. O santuário onde Deus habita hoje é o seu povo. Somos nós, os crentes, o verdadeiro templo! Muitas igrejas acreditam que a suntuosidade de suas sedes retrata a beleza e a santidade do Deus-Vivo. Enganam-se! Eu creio que o lugar onde a igreja se reúne deve ser um instrumento para o culto, para o serviço e para a comunhão. No tempo do NT, quando alguém perguntava onde ficava a igreja tal, apontava-se para a casa de alguém. Na verdade, a igreja não fica em algum lugar; ela reúne-se ali! O templo somos nós. A igreja somos você e eu! O que manifesta a glória de Deus no mundo hoje é a maneira como vivemos.

3) Não é aquela que levanta grandes ofertas! O poder da igreja não está em suas posses. Não é de poder aquisitivo que a igreja precisa. É de poder espiritual. Uma grande igreja tem a visão clara, prática e fiel da mordomia – Tudo é do Senhor! A força de uma igreja é diretamente proporcional à fidelidade de seus membros, independentemente do quanto isto represente em termos de quantia financeira. Não é o muito. É o tudo! Já vi igrejas de poucos recursos darem passos gloriosos de fé diante de desafios financeiros muito maiores que elas. Por que? Porque seus membros contribuem com alegria e gratidão.

4) Não é o seu calendário! Quanto mais atividades, sentimo-nos mais atuantes. Mas não é esta toda a verdade. Uma grande igreja tem como objetivo central viver como Deus quer. Seus membros são servos que exercita os seus dons espirituais a serviço de sua comunidade espiritual e local, desenvolvendo, assim, seus ministérios pessoais. É o caráter de cada um que determina o seu valor. Quem é o povo de Deus, é bem mais importante do que o que ele faz! E para ser povo de Deus, não precisa ter agenda cheia. Precisa, sim, ter coração transbordante de uma vida cristã que contagia.

É a lógica de Deus! Nem sempre ser uma igreja grande significa ser também uma grande igreja diante de Deus. O desafio é encontrar o equilíbrio. Pois uma grande igreja virá a se tornar no curso da sua história uma igreja grande. Esse é o curso da vida: crescer!

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