Veja o quadro que Marshall Shelley pinta sobre o estresse pastoral (maio/1985 - Christianity Today, 1985), artigo com o título “O problema do pastor machucado”. Ele esboçou os vários papéis que se espera que o pastor cumpra hoje:
PASTOR/SERVO: Que satisfaz as necessidades pessoais de cada um com mansidão sem pensar em recompensa pessoal.
PROFETA/POLÍTICO: Que domina o conteúdo dos jornais enquanto luta pela verdade e justiça.
PREGADOR/ANIMADOR: Que atrai as pessoas com sermões interessantes, animadores e divertidos.
PROFESSOR/TEÓLOGO: Que desafia o estudante mais competente da Bíblia com o “filé” do conhecimento “versículo por versículo”.
EVANGELISTA/EXORTADOR: Que consegue converter pessoas tanto através do evangelismo pessoal quanto em cruzadas evangelísticas.
ORGANIZADOR/PROMOTOR: Que vem administrando um programa de educação religiosa eficaz, um excelente ministério de música, e atividades sociais para todas as idades.
VISITADOR/CONFORTADOR: Que visita os doentes, que consola o necessitado e joga xadrez com os solitários.
CONSELHEIRO/CONCILIADOR: Que oferece soluções para o aflito, terapia para o transtornado, mediação para os que estão em discórdia e restauração para os divorciados.
TREINADOR/CAPACITADOR: Que treina as pessoas pessoalmente para o serviço, ensina, evangeliza, organiza, visita e aconselha.
Qual destes papéis pastorais não é bíblico? Qual deles não é bom? Contudo, a combinação de todos estes papéis é suficiente para matar qualquer um. É impossível ser 100% bom em tudo isso! Poucas carreiras têm as expectativas de abrangência que se tem do ministério pastoral. Por ser “de tudo um pouco” em uma sociedade que aprecia a especialização, os pastores acabam sentindo uma sensação de impotência e irrelevância. Por serem estas expectativas inatingíveis, muitos pastores já estão acabados em um ano! De quem se espera uma vida conjugal perfeita na igreja? De quem deve ser os filhos perfeitos? Parece que se o pastor for genuíno, ele corre o risco de ser rejeitado. Espera-se que os pastores não falhem, não sintam dor, não reclamem - parece que o pastor não pode ser humano. Mesmo assim, o pastor também sangra.
Existe uma nova mentalidade consumista entre os membros de igreja que contribui para esta tensão na vida do pastor. Em vez de se fixarem numa igreja, as pessoas estão “comparando preços” dos serviços religiosos e atividades. Em lugar de trabalhar para solucionar problemas, quando eles não conseguem o que desejam simplesmente vão para outra igreja. Ou melhor ainda, eles se livram do pastor (eles ficam e o pastor vai) - especialmente se a igreja não está explodindo em crescimento. É quase como demitir um treinador que não ganhou o último campeonato.
Se os pastores soubessem com antecedência de algumas das experiências que teriam posteriormente, quantos teriam entrado para o ministério? Note como o “sucesso” no ministério é freqüentemente definido. Quase sempre o ministério bem-sucedido é descrito em termos quantitativos: Quantos batismos você fez? Quantos alunos tem a sua EBD? Quantos novos membros? Como está o orçamento da igreja? Está conseguindo cumpri-lo? E as ofertas? Você está tendo que construir um templo novo? Quantos missionários você tem no campo?
O sucesso no ministério pastoral deve ser medido com a qualidade do crescimento espiritual nas vidas dos crentes (ex. Jesus e seus discípulos). O sucesso deve ser avaliado através da diferença produzida nas vidas das pessoas. Na ajuda às pessoas para que se tornem cada vez mais parecidas com Cristo. O problema é que nós enfatizamos o trabalho e não o fruto.
Tradução/Adaptação: Davi Liepkan
Fonte: Rapha Care - Ministério de Aconselhamento - www.raphacare.com
Um comentário:
Pastor, saúdo com a Paz e o Amor de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Parabéns pela mensagem do texto. Não concordo com essas postulações modelares em criar rótulos para alguns "títulos": Pastor "algo", Crente "algo" ...; como narrado no início do texto. Penso que qualquer definição e escopo está muitíssimo bem definido e claro na Palavra do nosso DEUS. Em:
1) Jr. 3.15 - "Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência."
2) O Senhor é o Pastor Supremo, modelo de pastorado (Sl 23).
3) João 10 demonstra como pastorear pelo ensino e ação.
Porém o desenvolvimento e a conclusão da mensagem é verdadeira, acertada e belíssima.
Em Cristo,
Sua ovelha.
WALMIR.
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