Os dias de Carnaval propõem para o mundo uma alegria bastante controvertida. O texto a seguir é uma reflexão interessante e o que a torna ainda mais relevante é pelo fato de ter sido escrito sem jargões ou argumentos “religiosos”. O autor, desconhecido por sinal, usa a razão e a lógica para questionar o arroubo com que as pessoas se entregam às orgias, desmandos e irresponsabilidades em nome da tal alegria.
O carnaval brasileiro se tornou uma das maiores festas populares do mundo. É uma festa celebrada em países e comunidades de religião católica romana. No Brasil quem a introduziu foram os portugueses, e o que muito contribuiu foi a cultura negra das cidades do Rio de Janeiro e de Salvador. Procurando conhecer um pouco mais através do dicionário e enciclopédias, descobri que são festas que se iniciam três dias antes da quarta-feira de cinzas, dedicadas a diferentes tipos de diversões e folias. Consistem em desfiles ou cortejos, que se realizam em lugares públicos ou fechados como clubes, geralmente com grande liberdade de comportamento. É também conhecida como “festa da carne”, ou seja, as pessoas dão evasão aos desejos da carne (instintos).
É do conhecimento de todos, por meio das estatísticas oficiais do governo, que durante o período do carnaval há muitos acidentes, mortes, prisões, contaminações pelo vírus da AIDS, além de gravidez indesejadas. O resultado das festas de carnaval é preocupante, não só para o governo, mas, para a sociedade como um todo.
Já é uma festa de tradição, principalmente as escolas de samba, que começaram na década de 30 no Brasil. Hoje os desfiles delas tornaram-se por demais sofisticados. Já fazem parte da nossa cultura. O carnaval, como é e se apresenta, quase se tornou algo inevitável para a grande maioria dos brasileiros. Mas creio que há possibilidade de fazermos uma diferença provocando uma contracultura saudável ao carnaval. O que faz alguém querer nestes dias extravasar um tipo de comportamento que não lhe é comum? Que busca de “alegria” é esta que traz tanta dor, sofrimento e perdas?
Você pode estar pensando: “Mas, quase todo mundo faz, porque eu não faço?” Fazer algo porque todo mundo faz me parece ser um viver sem opinião própria, sem fazer uma análise crítica. O filósofo Sócrates certa vez falou: “uma vida que não é analisada, não merece ser vivida”. Por outro lado, você pode dizer para você mesmo: “Se eu não faço o que todo mundo me diz para fazer, o que vão pensar de mim?” Quem vive para agradar aos outros, termina desagradando a si e aos outros.
Muitas pessoas dizem: “Eu preciso ser feliz”, ou ouvimos “você merece ser feliz”. Seria, naturalmente, doentio alguém querer ser infeliz. Mas parece que quanto mais as pessoas buscam poder, status, beleza física, amores, etc., para encontrarem a felicidade, menos encontram. O que realmente é importante na vida? O que pode de modo significativo fazer uma mudança para melhor?
Creio que podemos nos alegrar em família e com amigos de maneira diferente e criativa, buscando também vivermos com sentidos e significado não só em momentos de lazer, mas também no trabalho, estudo, vida amorosa, nas amizades e experimentar ter uma vida mais solidária, vivenciando socialmente, culturalmente, espiritualmente, enfim, todas as áreas da vida plenamente. Aí sim, não será o carnaval a maior festa para nos alegrar, mas, teremos alegrias em diversos momentos e áreas da nossa vida ao longo do ano, sem causarmos prejuízo aos outros ou a nós mesmos.
Fica, portanto, aqui uma oportuna advertência: Carnaval não é alegria. É reflexo do imensurável vazio interior de um ser humano sem Deus.
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