Faleceu ontem, 05/02/2010, aos 87 anos (faria 88 em maio próximo), a amada "tia" Tabita como era carinhosamente conhecida entre nós.
Viúva do pr. José de Miranda Pinto, pastor emérito da Igreja Batista do Méier, e diaconisa emérita da mesma igreja, deixa um legado de fé e testemunho para sua linda família por meio de seus filhos pastores Neander e Benoni, e sua filha Brasília.
Mulher fiel, temente a Deus, dependente da oração e conselheira sábia de toda uma geração de pastores, missionários e líderes que passaram por suas mãos no Seminário Teológico Betel. Além disso, como diretora do Recolhimento Betel para Idosas estendeu a mão e ajudou incontáveis “vovozinhas” que encontraram no final da vida um lar e uma família ali.
Na manhã de hoje, foi celebrado culto de gratidão a Deus por sua vida num momento de muita inspiração pelos testemunhos deixados especialmente pelo filho pr. Neander e o neto Neander Augusto. Nosso salão de cultos estava lotado de ex-alunos, pastores, líderes e irmãos em Cristo que tiveram a história de sua vida impactada pelo que foi irmã Tabita entre nós.
Louvamos a Deus pela bênção de nos tê-la dada e por tê-la usado de maneira tão abençoadora entre nós.
O vídeo a seguir foi gravado em um visita que os jovens batistas letos fizeram à sua casa no Rio de Janeiro, no primeiro semestre de 2009. É uma bela recordação e um simples, mas profundo, testemunho de alguém que decidiu viver por Cristo.
Na última vez em que estivemos juntos, já estava bastante debilitada pele enfermidade que a acometia e sua fala estava muito prejudicada. Mas curiosamente sua mente processava bem o que a rodeava. Naquele dia, no finalzinho de 2009, eu ouvi apenas três palavras dela.
As duas primeiras palavras já transbordaram meu coração de alegria, quando perguntei se ela me reconhecia. Com um olhar aparentemente distante e confuso e titubeou algumas vezes e depois de muito esforço saíram duas palavras: "Meu pastor..." Quanta emoção!
A última palavra que ouvi de sua boca que a tanta gente abençoou foi em resposta a um pedido: o que a irmã gostaria que eu dissesse à sua igreja no próximo domingo? Novamente seguiu-se um demorado silêncio e era visível o esforço dela em dizer alguma coisa. Eu disse: "Fique tranquila. Eu esperarei." Ele erguia a cabeça do travessereiro, movimentava os lábios, mas não conseguia transformar em palavra o que vinha em sua mente. Até que depois de alguns longos minutos, em que, ao perceber que ela queria dizer algo, esperávamos pacientemente, uma palavra saiu alta e clara: AMOR!
Nada mais! Nenhum verbo, nenhuma conjunção, nenhum artigo... apenas um substantivo.
A verdade é que não precisávamos de mais nada! Estava claro que era tudo o que queria dizer à igreja era apenas e tão somente isso.
Não sei bem até hoje como aquela palavra deveria ser aplicada e compartilhada com a igreja naquele domingo que se seguiu à visita.
Seria um verbo conjugado na primeira pessoa do singular do presente declarando o que a Igreja Batista do Méier significava para ela. Talvez ela quisesse dizer: "Meu pastor, diga à igreja que eu a amo!"
E como amou! Seu amor pela igreja se mostrava pelas orações constantes, pela total interação com o que acontecia na igreja mesmo estando ausente há tantos anos devido ao quadro de saúde. Se ligasse para ela no início da semana, ela já sabia e se alegrava por tudo o que havia acontecido no domingo anterior com preciosidade nos detalhes.
Talvez pudesse ter sido um verbo conjugado no imperativo: "Meu pastor, diga à Igreja Batista do Méier que ame sempre!"
Amar a Deus, como ela sempre amou e nele confiou. Amar ao próximo, como todos somos testemunhas do quanto ela amou - especialmente às vovozinhas do Recolhimento Betel. Amar fielmente ao cônjuge e à família, como foi seu estilo inteiro de vida.
Enfim, ela bem poderia ter quisto dizer: "Meu pastor, diga à Igreja Batista do Méier que nunca deixe de ser conhecida pelo amor como a principal marca de Cristo no mundo!"
Por último, quero compartilhar com você, caro leitor, "O Contrato do Amor". Trata-se da declaração de amor firmado entre ela e seu esposo, pr. Miranda Pinto, 4 meses antes do casamento em 1946. Vinte e quatro anos de vida os separavam, mas nunca foi obstáculo para o amor. Quando pr. Miranda Pinto faleceu em dezembro de 1967, não lhe faltaram pretendentes, conta o neto Neander Augusto, mas ela declarava convicta: "Deus me deu um amor para viver, e isto basta!"
Encerro aqui com "O Contrato do Amor" minha homenagem, e minha gratidão a Deus pela vida da minha querida diaconisa emérita "tia" Tabita "Amor" Kraul.
Cônscios de que foi pela vontade e graça de Deus que os seus corações foram unidos em amor, e que Deus tem um propósito a realizar através dessa união, com alegria e inteira dependência de Deus, José de Miranda Pinto e Tabita Kraul, voluntária e solenemente subscrevem o seguinte pacto:
José de Miranda Pinto Tabita Kraul
As duas primeiras palavras já transbordaram meu coração de alegria, quando perguntei se ela me reconhecia. Com um olhar aparentemente distante e confuso e titubeou algumas vezes e depois de muito esforço saíram duas palavras: "Meu pastor..." Quanta emoção!
A última palavra que ouvi de sua boca que a tanta gente abençoou foi em resposta a um pedido: o que a irmã gostaria que eu dissesse à sua igreja no próximo domingo? Novamente seguiu-se um demorado silêncio e era visível o esforço dela em dizer alguma coisa. Eu disse: "Fique tranquila. Eu esperarei." Ele erguia a cabeça do travessereiro, movimentava os lábios, mas não conseguia transformar em palavra o que vinha em sua mente. Até que depois de alguns longos minutos, em que, ao perceber que ela queria dizer algo, esperávamos pacientemente, uma palavra saiu alta e clara: AMOR!
Nada mais! Nenhum verbo, nenhuma conjunção, nenhum artigo... apenas um substantivo.
A verdade é que não precisávamos de mais nada! Estava claro que era tudo o que queria dizer à igreja era apenas e tão somente isso.
Não sei bem até hoje como aquela palavra deveria ser aplicada e compartilhada com a igreja naquele domingo que se seguiu à visita.
Seria um verbo conjugado na primeira pessoa do singular do presente declarando o que a Igreja Batista do Méier significava para ela. Talvez ela quisesse dizer: "Meu pastor, diga à igreja que eu a amo!"
E como amou! Seu amor pela igreja se mostrava pelas orações constantes, pela total interação com o que acontecia na igreja mesmo estando ausente há tantos anos devido ao quadro de saúde. Se ligasse para ela no início da semana, ela já sabia e se alegrava por tudo o que havia acontecido no domingo anterior com preciosidade nos detalhes.
Talvez pudesse ter sido um verbo conjugado no imperativo: "Meu pastor, diga à Igreja Batista do Méier que ame sempre!"
Amar a Deus, como ela sempre amou e nele confiou. Amar ao próximo, como todos somos testemunhas do quanto ela amou - especialmente às vovozinhas do Recolhimento Betel. Amar fielmente ao cônjuge e à família, como foi seu estilo inteiro de vida.
Enfim, ela bem poderia ter quisto dizer: "Meu pastor, diga à Igreja Batista do Méier que nunca deixe de ser conhecida pelo amor como a principal marca de Cristo no mundo!"
Por último, quero compartilhar com você, caro leitor, "O Contrato do Amor". Trata-se da declaração de amor firmado entre ela e seu esposo, pr. Miranda Pinto, 4 meses antes do casamento em 1946. Vinte e quatro anos de vida os separavam, mas nunca foi obstáculo para o amor. Quando pr. Miranda Pinto faleceu em dezembro de 1967, não lhe faltaram pretendentes, conta o neto Neander Augusto, mas ela declarava convicta: "Deus me deu um amor para viver, e isto basta!"
Encerro aqui com "O Contrato do Amor" minha homenagem, e minha gratidão a Deus pela vida da minha querida diaconisa emérita "tia" Tabita "Amor" Kraul.
Conttratto de amor
Cônscios de que foi pela vontade e graça de Deus que os seus corações foram unidos em amor, e que Deus tem um propósito a realizar através dessa união, com alegria e inteira dependência de Deus, José de Miranda Pinto e Tabita Kraul, voluntária e solenemente subscrevem o seguinte pacto:
- Manter e cultivar todos os dias de sua vida conjugal o mais sincero, puro e forte amor recíproco;
- Repartir entre si todos os bens e males que, pela Providência divina, lhes forem permitidos. Serão parceiros por igual no gozo e nos pesares, na riqueza e na pobreza, na boa e má fama, nas lutas e vitórias, nas glórias e humilhações que a vida lhes oferecer;
- Viver exclusivamente para a honra e glória de Deus e o bem da humanidade. Nenhum deles contará a sua vida por preciosa se o Senhor a exigir, nem murmurará contra quaisquer actos da Providência, embora lhes pareçam estranhos, inexplicáveis ou severos;
- Viver juntos a vida de fé, estimulando-se mutuamente à confiança nas promessas de Deus, de modo a provar a este mundo, pelo exemplo e pela palavra, que Deus existe e é galardoador daqueles que o buscam;
- Viver, pela graça de Deus, sempre felizes no Senhor, forcejando por que cada dia da sua vida conjugal seja mais feliz que o anterior, pela reciprocidade do amor, da confiança e do respeito;
- Aplicar-se diariamente ao estudo e meditação da Palavra de Deus e à prática da oração, colocando sempre as coisas espirituais e eternas em primeiro lugar, todos os dias e em todas as suas relações e empreendimentos;
- Renunciar, como peregrinos nesta terra, todas as riquezas deste mundo, para só cuidarem de acumular as celestiais. Não fecharão jamais a sua bolsa aos pobres, nem dirão que coisa alguma que o Senhor lhes der é sua própria, mas de quantos delas precisarem, especialmente órfãos e viúvas;
- O lar de José e Tabita será sempre lar para os pais de José e Tabita;
- Este contrato tem a duração de uma vida, e só a morte de uma das partes poderá anulá-lo.
José de Miranda Pinto Tabita Kraul
7 comentários:
Pr. Purin Jr.
Conheci Tia Tabita através do Pr. Paulo Pimentel ( OPBB ) ela dexará uma grande lacuna no meu coração mas nesses momentos lembro que Nosso Salvador Vive e ela Tabita Viverá !
Marcos Habib
Presidente da Juventude Batista Serra dos Orgãos.
Esse video foi eu quem postou ai no youtube. Tive o privilégio de conhecer essa irmã quando ficamos hospedados na Igreja do Méier em maio de 2009. Deus abençoou muito nossas vidas e ela é um exemplo de fidelidade ao Senhor.
Que o Senhor console o coração de todos os familiares e amigos.
Um abraço
QUANDO FUI PARA A IGREJA DO MEIER EM 1970, COM MEUS NOVE ANOS, CONHECI TIA TABITA COMO PROFESSORA NA ESCOLA DOMINICAL ONDE TIVE O PRIVILEGIO DE COMEÇAR OS MEUS PRIMEIROS PASSOS COM A PALAVRA DE DEUS.SEMPRE ATIVA COM SEU CARINHO E AMOR PELO PROXINO E PELO EVANGELHO. EU A ADMIRAVA PELA FIDELIDADE E ALEGRIA QUE SEMPRE DEMONSTRAVA PELO AMOR DE CRISTO.TIA TABITA DEIXOU VIVA EM NOSSOS CORAÇÕES A VONTADE DE SERVIR AO SENHOR COM ALEGRIA E OBEDECENDO O IDE E PREGAI.O AMOR SEMPRE FOI A MARCA DE SEU LEGADO ENTRE NOS.ELA FARÁ FALTA, MAS COM CERTEZA ELA DIRIA PARA NOS QUE NAO DESISTAMOS DE NOSSOS IDEAIS E SIM LUTEMOS PARA MANTERMOS A CHAMA DO AMOR DE CRISTO EM NOSSAS VIDAS.PORQUE GRANDES COISAS O SENHOR FARÁ POR NOS MESMO QUE AINDA SEJAMOS PECADORES...
MARCOS VINICIUS
MEMBRO DA IBMEIER
Ao formar-me como Bacharel em Teologia, em 1994, ansioso para pastorear, fui até nossa amada "Tia" Tabita e perguntei se era do conhecimemto dela a existência de alguma instituição que encaminhava recém-formados para o Ministério patoral, no que ela repondeu-me: "Meu jovem, Deus sabe o teu nome e o teu endereço. No momento certo Ele te encaminhará!" Desde aquele dia, aprendi a descansar em Deus e até hoje, após 14 anos no Ministério, tenho observado e atentado para estas sábias palavras: Deus sabe meu nome e meu endereço! Deus seja louvado por esta vida que foi, mas deixou a semente da sabedoria, amor e fidelidade a Deus e à Sua Palavra em milhares de corações!! aleluia!!
Pr. Alexandre Graciano
Pastor da P.I.B. em Santíssimo(Oeste Carioca)
De alguma maneira a irmã Tabita influenciou a vida de muita gente. E quando digo muita é muita mesmo. Eu fui uma dessas pessoas. Quando menino, aos 10 anos de idade, minha família foi morar no Méier, perto da igreja. Durante uma semana pude participar de uma EBF naquela igreja e conheci a D. Tabita.
Nunca a esqueci e sempre orei por ela. Depois alguns seminaristas da igreja que pastoreio estudaram no Betel e como me ajudaram e ainda hoje são grandes amigos que de alguma maneira cooperam no meu ministério. Foram grandemente abençoados por ela e eu também.
Pr. Purin Jr.
O irmão não imagina a nossa alegria ao ler e ver a matéria com a irmã Tabita. Nos confortou imensamente.
Eu e meu marido somos ovelhas do Seminário Betel. Digo ovelhas, porque mais que ensinados, aí éramos pastoreados por todos os nossos queridos professores, mas especialmente, de maneira amorosa e séria por Tia Tabita. Mesmo depois de formados, ela acompanhava nossos passos e queria sempre saber como íamos no ministério. Orava por nós e nos orientava em cada tempo de nossa vida. Nos acompanhou no falecimento de meu pai Pr. Darcy Ramiro (professor também do SB), nos acompanhou mesmo à distancia no tempo que tive depressão, quando estávamos para ir para o campo missionário, enfim sempre esteve conosco. Que bênção ser pastoreados com amor e por amor! Nosso ultimo encontro foi em 2007 quando estivemos de férias e promoção no Brasil. Almoçamos com ela e sua família como se dela fossemos. Apesar da dor da distancia e separação neste momento especial, temos uma profunda gratidão por todas as boas lembranças que vamos levar para sempre com a gente desta MULHER DE FÉ. Realmente é fácil entender porque as três palavras que ela lhe dirigiu foram "Meu Pastor"... e "Amor". Ela bem soube trabalhar e tratar com amor a tantos que hoje estamos espalhados pelo Brasil e pelo Mundo, frutos de esta Casa de Profetas que com seu legado continuará sendo a Nossa Casa.
Que o Senhor nos abençoe e conforte a todos, mas em especial aos seus filhos e famílias.
Sylvia Ramiro e Pr. Marcos Vinícius (missionários dos Batistas Brasileiros na Espanha)
Muito bom depois de tantos anos reencontrar, mesmo que em vídeo, Tia Tabita. Meu pai, Ps. José Ednaldo Cavalcanti foi do seminário Betel onde também estudei, depois de viajar para a Paraíba e só voltar ao Rio recentemente.
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