Por Rodrigo de Lima Ferreira
Geralmente os conselhos vêm de quem já está no final da estrada da vida, procurando alertar e avisar aqueles que estão ainda começando. Isso vale também no ministério pastoral.
Não estou no fim da estrada. Ainda tenho muita lenha pra queimar, espero eu. Contudo, nem por isso, eu posso deixar de ajudar a quem está no começo, ou mesmo quem está em plena caminhada pastoral, mas que passou por experiências diferentes das minhas.
Sei que tem aquele ditado: “Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia”. Bom, nem preciso dizer que discordo disso. Portanto, vão aí alguns conselhos. Espero que sirvam para você.
1. Pastorado é coisa séria. Nunca permita que o chamado de Baal (leia-se “money”) se torne tão alto que obscureça o chamado de Javé. É verdade que dinheiro é importante, especialmente em um mundo capitalista como o nosso. Mas a partir do momento em que ele se torna a coisa mais importante, a vocação murcha. Nunca lide com o dinheiro da igreja. Tenha sempre um tesoureiro de confiança ou uma comissão financeira que controle as entradas, as saídas e que pague seu salário. Viva de maneira honesta, sem dar motivos a falatórios.
2. Pastorado também é arte. Use sempre a criatividade nas mensagens, nos estudos, nos aconselhamentos, na administração. A tentação pela mesmice é tremenda. É uma tendência humana e, dependendo de onde você for pastorear, uma força muito grande. Porém, apesar de ser arte, pastorado não é circo. Púlpito não é picadeiro e a igreja não é o “respeitável público”. Sempre que possível, use o humor como ferramenta pedagógica. Contudo tome cuidado para não se transformar em um palhaço.
3. Pastorado também não é entretenimento. Silvio Santos funciona bem na TV, nunca num púlpito. A função do pastor não é animar o povo, e sim falar aquilo que Deus quer dizer à igreja. Pastor não tem que entregar mensagem que faça o povo se sentir leve, mas que o estimule à santidade e a um maior comprometimento com o Senhor. Pastor não pode ser um “entertainer”, assim como Fausto Silva não pode ser um profeta.
4. Cuide de sua saúde. Nunca permita que o pastorado se torne um fardo de chumbo fundido, impossível de se levar. A pressão é muita, a solidão também. Não deixe que o stress acabe com você. Sempre tenha em mente o seguinte: o pastor é passageiro na igreja, não importa o tempo que ele permaneça à frente dela. Mas a pessoa que exerce o pastorado, precisa se manter bem para Deus, para si, para a família e para a própria igreja.
5. Neste quesito, não se engane: existem vampiros de almas nas igrejas. A Bíblia os chama de “joio” e “filhos de Belial”. E são mais frequentes do que se imagina. Eles farão de tudo para destruir sua vida e seu ministério, e isso em nome de Deus. Farão ilações, promoverão discórdias, pregarão calúnias e injúrias. Você não será o primeiro e nem o último a sofrer na mão desses filhos de satanás. Sim, porque é isso que são: filhos do diabo dentro da família de Deus. Geralmente se mostram com maior aparência religiosa e jeito piedoso. Mas é só casca.
6. Nunca permita que sua esposa e seus filhos fiquem desvalorizados. Não é nada bonito, heróico ou cristão negligenciar a família para cuidar da igreja. Pelo contrário, isso vai contra o espírito das Escrituras.
7. Cuidando da família, você também se previne contra as tentações de ordem sexual. Mesmo que você se pareça com o Tiririca num dia ruim, você representa o poder. E o poder sempre é afrodisíaco. Fuja disso!
8. Por fim, tenha sempre amizades com quem você possa contar e abrir seu coração. Pastor também precisa ser pastoreado.
• Rodrigo de Lima Ferreira, casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, hoje pastoreia a IPI de Rolim de Moura, RO. revdigao.wordpress.com
Via: Ultimato
Geralmente os conselhos vêm de quem já está no final da estrada da vida, procurando alertar e avisar aqueles que estão ainda começando. Isso vale também no ministério pastoral.
Não estou no fim da estrada. Ainda tenho muita lenha pra queimar, espero eu. Contudo, nem por isso, eu posso deixar de ajudar a quem está no começo, ou mesmo quem está em plena caminhada pastoral, mas que passou por experiências diferentes das minhas.
Sei que tem aquele ditado: “Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia”. Bom, nem preciso dizer que discordo disso. Portanto, vão aí alguns conselhos. Espero que sirvam para você.
1. Pastorado é coisa séria. Nunca permita que o chamado de Baal (leia-se “money”) se torne tão alto que obscureça o chamado de Javé. É verdade que dinheiro é importante, especialmente em um mundo capitalista como o nosso. Mas a partir do momento em que ele se torna a coisa mais importante, a vocação murcha. Nunca lide com o dinheiro da igreja. Tenha sempre um tesoureiro de confiança ou uma comissão financeira que controle as entradas, as saídas e que pague seu salário. Viva de maneira honesta, sem dar motivos a falatórios.
2. Pastorado também é arte. Use sempre a criatividade nas mensagens, nos estudos, nos aconselhamentos, na administração. A tentação pela mesmice é tremenda. É uma tendência humana e, dependendo de onde você for pastorear, uma força muito grande. Porém, apesar de ser arte, pastorado não é circo. Púlpito não é picadeiro e a igreja não é o “respeitável público”. Sempre que possível, use o humor como ferramenta pedagógica. Contudo tome cuidado para não se transformar em um palhaço.
3. Pastorado também não é entretenimento. Silvio Santos funciona bem na TV, nunca num púlpito. A função do pastor não é animar o povo, e sim falar aquilo que Deus quer dizer à igreja. Pastor não tem que entregar mensagem que faça o povo se sentir leve, mas que o estimule à santidade e a um maior comprometimento com o Senhor. Pastor não pode ser um “entertainer”, assim como Fausto Silva não pode ser um profeta.
4. Cuide de sua saúde. Nunca permita que o pastorado se torne um fardo de chumbo fundido, impossível de se levar. A pressão é muita, a solidão também. Não deixe que o stress acabe com você. Sempre tenha em mente o seguinte: o pastor é passageiro na igreja, não importa o tempo que ele permaneça à frente dela. Mas a pessoa que exerce o pastorado, precisa se manter bem para Deus, para si, para a família e para a própria igreja.
5. Neste quesito, não se engane: existem vampiros de almas nas igrejas. A Bíblia os chama de “joio” e “filhos de Belial”. E são mais frequentes do que se imagina. Eles farão de tudo para destruir sua vida e seu ministério, e isso em nome de Deus. Farão ilações, promoverão discórdias, pregarão calúnias e injúrias. Você não será o primeiro e nem o último a sofrer na mão desses filhos de satanás. Sim, porque é isso que são: filhos do diabo dentro da família de Deus. Geralmente se mostram com maior aparência religiosa e jeito piedoso. Mas é só casca.
6. Nunca permita que sua esposa e seus filhos fiquem desvalorizados. Não é nada bonito, heróico ou cristão negligenciar a família para cuidar da igreja. Pelo contrário, isso vai contra o espírito das Escrituras.
7. Cuidando da família, você também se previne contra as tentações de ordem sexual. Mesmo que você se pareça com o Tiririca num dia ruim, você representa o poder. E o poder sempre é afrodisíaco. Fuja disso!
8. Por fim, tenha sempre amizades com quem você possa contar e abrir seu coração. Pastor também precisa ser pastoreado.
• Rodrigo de Lima Ferreira, casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, hoje pastoreia a IPI de Rolim de Moura, RO. revdigao.wordpress.com
Via: Ultimato